17 de mai. de 2010

Virada Cultural sob o olhar do Pombo. Por Marcelo Kurts

Por Marcelo Kurts




Virada Cultural sob o olhar do POMBO

Bão dia povo pobre da periferia, eu sou o pombo.

Lembram de quando eu fazia aquela propoaganda na TV e uma estatal  brasileira que hoje pertence aos gringos ?
Pois é... estou desempregado, fiz faculdade de História, atuei na área pública da educação, mas por conta de uma política de exlclusão contra os professores fiquei de fora esse ano.

Mas !!! "Se nós que é pombo não conta, quem vai contar né" ? 

Ontem teve a tal VIRADA CULTURAL na capital "NEGRA e NORDESTINA" de SP.
Uma festa grande com o objetivo de promover cultura para todos os cidadãos que vivem em SP. Mas que tipo de cultura ? A cultura da exclusão ? 
Vários palcos, várias atividades e vários interesses políticos por trás de cada ação. Tem um tal de movimento HIP HOP que não foi inserido nessa ação cultural. 

Como Pombo que sou, sobrevoei todos os locais para ver se encontrava algo relacionado a esse movimento e nada pude constatar. O que vi foram pessoas drogadas, bêbadas, lixo espalhados por todos os cantos, cheiro insuportável de urinas e fezes nas ruas, sem contar a maconha livre no palco de REGGAE. Você pode me questionar sobre o que tenho contra a Maryjuana, não tenho nada contra, mas também não tenho nada a favor, fede mais que o pombo.

Ano retrasado na Virada Cultural, pra cada Pombo encarcerado no palco de Hip Hop do Parque D. Pedro tinha dois ou três rato cinza ou periquitos da prefeitura dando geral e humilhando nós pombos, mas o mais estranho é que ontem no palco de REGGAE não tinha um rato cinza sequer pra coibir o uso em excesso de Maryjuana.  

O mais estranho é que nós pombos somos os sujos tidos como praga voadora, mas somos nós os pombo que olhamos tudo lá de cima e "se nós que é pombo não contar as coisas quem vai contar né" ? 
Fiz um pouso na Santa Efigênia e vi alguns DJs ditos de Black Music tocando só o lixo americano de New York, esse local era um palquinho simples voltado para a música de "URUBUS" (como assim nós pombos somos chamados pelos homens ricos que se dizem civilizados). Mas o engraçado é que HIP HOP mesmo não tinha, por que será ?
Acho que é por que o Hip Hop é uma cultura de pombo que não fica parado vendo as coisas sem se manifestar, "se nós que é pombo não conta, quem vai contar" ?

Por mais discriminados que sejam pela sociedade os Pavões e Peruas (ASSIM DISCRIMINADOS PELOS MACHÕES) da ala GLBTS eram os mais organizados, lá não tinha fedor e nem pessoas loucas pelo abusivo de bebida e baseado, só tinha pavão com pavão e perua com perua, mas isso é mais que normal em minha visão e nós enquanto pombos politizados não devemos excluí-los, pois nossa meta é o fim da desigualdade e exclusão.

O Hip Hop é excluído pelo novo sanguinário Adolph Hitler do executivo paulistano (Kassab), mas as verbas de 300 mil reais destinadas ao movimento Hip Hop na cidade de SP que é projeto de lei está sendo usada para outras ações, por que será ?
Cadê os pombos que não se manifestam reivindicando explicações ? Não adianta só o FÓRUM PAULISTANO de HIP HOP bater de frente. Pelo que entendo o Hip Hop é uma nação e uma andorinha só não faz verão.

Pude perceber também muitas ovelhas tentando levar a palavra de DEUS aos folíões, mas de nada adiantando.

Bom caros colegas só tenho a pedir desculpas por escrever sobre essa tal EXCLUSÃO CULTURAL, pois sou um simples POMBO visto como praga dentro de uma sociedade hipócrita e sensacionalista. Mas deixa pra lá.. Se nós que é pombo não conta, ninguém nunca vai contar.
Vou bater asas e procurar outro local pra soltar minhas "cagadas aéreas" em forma de TEXTOS críticos a essa sociedade mais podre que nós pombos.

*Marcelo Kurts é meu amigo, Historiador, Professor e DJ, integrou o grupo de RAP Záfrica Brasil, atua em vários projetos e risca na noite paulistana.

Um comentário:

Craudio disse...

Belíssima descrição da já esvaziada Virada Cultural. Os tucanos conseguiram acabar com a única coisa relevante que propuseram, e a exclusão do rap é prova de que eles cagam e andam para o povo.